domingo, 23 de novembro de 2008

Tempos Futuros - Parte 2 (final)

Parte 1
Para entender esta parte final é preciso ler a parte 1 (Por favor, tenham paciência, ouçam Pink Floyd, acendam um incenso e aproveitem a viagem)




Ao som de Future Times - Yes ou de Echoes - Pink Floyd


Sr.F pela primeira tenta raciocinar, não vai gastar seu tempo na procura de pequenas respostas vai a caça da razão de tudo, esperando que haja uma única resposta para isso. Sr.F anda lentamente pela cidade, entra no que antes parece ter sido uma avenida. Está deserta, não há ninguém na avenida até onde a vista de Sr.F alcança e ele ainda anda. Do chão da rua brotam pequenos gêiseres com gases da cor da nevoa.

Aos poucos Sr.F percebe que não está tão só, é possível ver pessoas o observando pelas frestas das janelas que estão parcialmente fechadas, a principio Sr.F tenta não reparar a estas pessoas até que a sua esquerda algo lhe chama mais a atenção: Dentro de uma casa simples e quase arruinada, com janelas de madeira, Sr.F vê um par de olhos verdes o seguindo. Sem saber onde estava Sr.F decide tentar alguma informação com aquela pessoa.

A porta range como em um filme de terror, o chão também de madeira parece que vai ceder a cada passo lento de Sr.F. Ele ouve uma pessoa se aproximar, pára. A pessoa também parece ter parado, ninguém reage, é possível se ouvir o silêncio.

Sr.F ouve um ruído vindo de sua esquerda onde somente há um espelho. A imagem que estava embaçada vai se clareando, Sr.F percebe que a figura refletida lhe é conhecida, muito conhecida alias. Ele vê sua imagem no espelho, mas não é apenas a sua reprodução, há algo diferente, no espelho Sr.F está envelhecido, pálido, de aspecto sorumbático. È uma visão de um futuro sombrio, nublado; Sr.F quer acreditar que aquele reflexo ali não é o seu. Chega mais perto, força a vista, agora a imagem mudou talvez aquele reflexo realmente não o represente.

Não há apenas uma figura agora, vários pontos negros se multiplicam no espelho. Eles se juntam se misturam e formam outros pontos maiores, isso se repete algumas vezes até que Sr.F percebe que não são figuras aleatórias, rapidamente ele as reconhece, são seus parentes, são seus amigos mas uma coisa lhe incomoda...

Eles não têm rosto, há uma mancha negra sobre suas cabeças, somente um vulto...E Sr.F começa a entrar em desespero porque começa a esquecer como era a face destas conhecidas pessoas, era como se ele estivesse esquecendo-as. Os pontos se juntam e o espelho fica negro, quebra lançando estilhaços em Sr.F, mas não o machucam caem no chão e se desmancham.

Sr.F nem tem tempo para pensar nisso pois ouve um ruído, parece vir do quarto a sua direita, ele vira rápido e vê alguém lá entrando. Andando com receio ele adentra o quarto, uma mulher está no centro dele, como que o aguardando, está escuro mas uma luz vindo do chão a ilumina, cabelos ruivos, olhos verdes hipnotizantes, os dois ficam parados lá por alguns segundos até Sr.F dizer:

Sr.F – Porque me trouxe até aqui?

Mulher – Foi você quem veio, eu não te trouxe, ninguém te trouxe.

Sr.F – Onde estão todos, onde eu estou?

Mulher – No lugar que você quis estar, com quem você quer estar.

Sr.F – Porque eu ia querer estar aqui? E não te conheço ao menos para querer estar contigo.

Mulher – Não responda pela imagem que você vê, sim pelo o que ela representa

Sr.F tenta então se aproximar da mulher que recua e estende o braço esquerdo, Sr.F retribui, as mãos deles se tocam, Sr.F é surpreendido por uma espécie de choque, algo que o joga para traz e muito forte, parece que ele vai bater na parede, se abre algo na parede, como se fosse um buraco negro mas de lá vem brilho, intensidade e mistério.

Sr.F fecha os olhos...Tem medo de abri-los, pensa, respira, sente....Começa a tatear com a mão o que está a seu redor, reconhece, abre os olhos. Está em seu quarto novamente, parece que nada mudou desde aquele momento em que Sr.F foi dormir depois de um estafante dia de serviço a não ser o fato de que já se passaram sete horas e Sr.F já tem que se aprontar para ir trabalhar.

Sr.F parece um paciente recém anestesiado, confuso ele anda pelas ruas observando cada detalhe, olhando para todas as pessoas que consegue. Chega ao local de trabalho, a mecânica da rotina o faz esquecer um pouco tudo o que aconteceu e Sr.F tenta se convencer que tudo não passou de um sonho.

Um colega o chama:

Colega – Que barulho é esse hein?

Sr.F - Qual barulho?

Colega – Venha aqui

Sr.F se dirige até a sala onde está seu colega que aponta para cima

Colega - Está ouvindo?

E Sr.F se concentra, e ouve:

- “tinc...Ping....Bling...tinc





quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Tempos Futuros - Parte 1

Ao som de Future Times - Yes ou Echoes - Pink Floyd


Conversa entre Sr.F e um colega seu de trabalho:

Colega – Nossa! Estou acabado... Não vejo a hora de chegar em casa.

Sr.F – Eu tenho um monte de coisas para fazer ainda.

Colega (Se aproximando de Sr.F como se estivesse indo lhe contar algum segredo intimo ) – Sabe Sr.F, vou te contar uma coisa, sei que vai parecer uma grande viagem minha, uma bobeira talvez, mas...Já imaginou o que aconteceria se você descobrisse que tudo e todos o que você conhece, tudo o que você já viu e tocou são mentiras? Nunca existiram.

Sr.F – Como assim?

Colega – As imagens. O mundo. Será tudo real? Ou a nossa imaginação é quem faz tudo isso? Quer dizer, será que se quiséssemos, poderíamos fazer com que essa imagem fosse melhor para nós e até para todos?

Sr.F – Sei o que quer dizer, é aquela história de que a imagem é a produção do real * não é?

Colega – Sim, sim!

Sr.F – Eu te entendo colega mas para mim o real é o que de fato eu vejo, e não é, nem pode ser o que eu gostaria de ver.

Colega – Mas isto mudaria se nós tivéssemos a capacidade de produzir imagem, certo?

Sr.F – Certo, mas creio que isto seja impossível (Sr.F dá um sorriso preocupando-se em não se mostrar arrogante)

Sr.F está estafado, sem tirar férias há quatro anos, vivendo uma época de incertezas e pressão no seu trabalho, sua cabeça parece estar prestes a explodir.

È sexta-feira, já passa das 20h15min, Sr.F volta para casa de metrô. Está lotado, mal conseguindo respirar ele começa a passar mal. Suas mãos e seu pescoço suam, a perna está cansada, ele não consegue ficar muito tempo em uma posição, seus olhos ardem, a boca está seca, a cabeça dói e milhares de vozes ao seu redor parecem o estar perseguindo, seguem-no dizendo seu nome e lhe pedindo ajuda. Sr.F se sente cercado, acuado, sai do vagão antes mesmo do seu destino, quer se livrar logo de tal agonia.

Já é noite e a visão de Sr.F embaraça com as luzes ne néon, seus passos soam em seus ouvidos como se fossem madeiras batendo na parede e o eco os faz sentir como se lês sangrassem por dentro, seu corpo pesa, sua mente enfraquece. Sem saber ao certo como, Sr.F chega em casa; atordoado e exausto ele busca se alimentar.

Alivio imediato, Sr.F não consegue ficar muito tempo em pé, vai para a cama afim de tentar descansar mas não consegue fechar os olhos, algo lhe incomoda, são sons que ele não consegue identificar de onde vem e não tem forças para procurar.

Não são mais as vozes que lhe incomodavam antes, parecem gotas d’agua pingando em um cano de ferro, aumentam e diminuem de intensidade sem alguma razão aparente.

- “tinc...Ping....Bling...tinc

- Hey, acorde

- Acorde !! Você não tem muito tempo.

Sr.F – Tempo? Tempo para o que?

- hahahaha...Olhe para a janela seu preguiçoso.

Sr.F se levanta e se dirige a janela.

Sr.F - Meu Deus, o que aconteceu? Onde eu estou?

- Esta no mesmo lugar que estava quando adormeceste.

Sr.F olha ao seu redor e começa reconhecer pequenos detalhes como um abajur com a cúpula verde, um pôster da banda de rock Yes, uma carranca, uma caneca com chaveiros e palhetas de violão e um porta retrato.

Sr.F- Este...Este é o meu quarto.

Sr.F pela primeira vez tenta olhar para a pessoa, para a voz com quem ele esta falando, procura por toda a sua casa mas não consegue acha-la, neste exercício vai reconhecendo alguns objetos enquanto estranha outros, pára algumas vezes para pegar algo.

- Se preocupas com pouco, ainda nem olhastes pela janela.

Sr.F (que agora se encontra na sala ) – Quem é você? Como entrou aqui? O que quer de mim?

De repente, com muita força, uma persiana se abaixa assustando Sr.F que estava de costas para a janela. Sr.F se vira e lentamente vai em direção a janela, há muito vento e silêncio vindo da rua. Primeiramente olhando reto Sr.F se espanta, quase em estado de choque ele vê uma cidade tomada por uma nevoa.

È uma nevoa que mistura as cores laranja e marrom. Alguns prédios estão parcialmente destruídos como se houvesse caído uma bomba neles, Sr.F olha para baixo e vê que há pouca iluminação, muitos postes (assim como árvores) estão no meio da rua, caídos como se tivessem sido vitimas de um furacão.

Sr.F – O que aconteceu aqui? O que você fez?

Confuso e atormentado Sr.F esquece a voz e desce as escadas correndo, vai para as ruas. No caminho encontra pessoas de seu prédio subindo as escadas, eles encaram Sr.F. longamente ele se desequilibra caindo no final da escadaria, machucando sua cabeça e seu ombro, sangra um pouco mas a dor ou o sangue é o que menos importa agora.

Sr.F está perplexo com o que vê, as ruas estão quase que vazias, muitas casas e lojas estão em ruínas ou em situação de abandono, não se ouve o som de automóveis, calçada e rua se tornaram uma coisa só, o cheiro de enxofre no ar é quase insuportável, a cidade cheira a dor, cheira a morte.

Sr.F sai correndo, vai a procura de seu amigo que mora a duas quadras de seu apartamento. Há um imenso portão coberto por trepadeiras no lugar onde antes era uma casa simples com jardim, muro baixo e bebedouros para pássaros. Ninguém atende...

Sr.F volta para seu apartamento e não encontra mais nenhum de seus antigos vizinhos, devem ter-se mudado pensa ele que pega o telefone e tenta ligar para alguém, somente enganos e números inexistentes...

Eles foram embora, alias, nunca existiram. Poupe seu tempo, não sofras com isso.

Sr.F – Eles quem? Todos? Isso não é possível, quer dizer,as pessoas que eu conheci; todas morreram? O que houve aqui? Uma bomba? Em que ano estou?

Você faz muitas perguntas, tente, ao menos, obter as respostas primeiro.

Sr.F – Onde está todo mundo? Me responda !! Fugiram, desapareceram, morreram?

- Ninguém morre sem antes ter nascido, existido.

Sr.F – O que? Isso é...Meu Deus, que loucura (Sr.F põe as mãos na cabeça, olha pela janela para baixo, se ajoelha e diz sussurrando a si mesmo – eu tenho que entender tudo isso, tenho)

Sr.F se levanta com lágrimas nos olhos, não tenta mais ouvir a voz que já se calou a algum tempo. Sr.F sai de casa, nem tenta curar seus ferimentos. Sem rumo ou destino vai à procura de algo que ele desconhece o que é.

*Frase de Descartes

** Continua.

Sobre o Texto

Finalmente!! Depois de mais de um mês sem postar nada cá estou eu de volta. Peço desculpas a todos que frequentam o blog e aos meus perceiros já que nesse periodo não consegui entrar em nenhum blog (achei que iria ficar mais desanimado se visitasse os blogs).

Esta é a primeira parte da estória. Sei que muita gente não gosta desse estilo de postagem mas se colocasse a estória toda ficaria muito longo o post, assim o texto fica mais agradável para vocês e o suspense fica mantido até a continuação.

Antes que alguém pergunte, a demora em colocar outro post foi dificuldade de inspiração minha, meu cérebro tirou férias e esqueceu de me avisar.

Este é um texto que espero muito que vocês gostem e para aprecia-lo melhor sugiro que ouçam uma das 2 músicas que indiquei (ou as 2 se possivel...). Future Times do Yes foi a inspiração para o nome do texto e mostra todas as qualidades do guitarrista Steve Howe, no video - de 1979 - talvez está a melhor formação da banda(na minha opnião só faltando o Bill Bruford para isso). Echoes é uma baita viagem do Pink Floyd, uma tremenda música, uma das melhores do rock para mim, é exelente.

Link para os albúns em que estãoa s músicas: Tormato - Yes

Meddle - Pink Floyd

sábado, 14 de junho de 2008

O Garoto

Uma história do Sr. F, criado originalmente por Vladimir Galli, escrita excepcionalmente por Gustavo Ganso.

ao som de “She Fucking Hates Me” do Puddle of Mud

A vida não lhe dará presentes,

se você quer a vida roube-a.

O Garoto

O garoto estava sentado no sofá, olhava para o vazio, o controle remoto na mão e a televisão desligada. Foi essa a visão do Sr. F ao entrar na sala. Precisou chamar duas vezes para tirar o garoto do transe.

-O que? É você Sr. F.

-Sua mãe disse que você estaria aqui.

-Estou vendo à tv.

-Eu percebi. – E Sr. F olha para a televisão, o olhar do garoto o segue e ao perceber o aparelho desligado disfarça.

-Ah, é que eu já tinha desligado, agorinha pouco.

-Então você não foi aceito no emprego...

-É não me quiseram.

-... – Sr. F. queria que o garoto continuasse.

-Não entendo, eu sempre fui inteligente, o melhor aluno da escola.

-Você precisa entender que ninguém tem a obrigação de te contratar porque você é bonzinho e os professores falavam bem de você. O tempo de estudante e bajulador dos professores já passou.

-Eu não era bajulador!

-De qualquer forma eles gostavam de você e de certo faziam vista grossa aos seus erros.

-É, talvez... O que tem a ver?

-Aquele pessoal recebia do governo para te ensinar. Em um emprego, pagam para você produzir e qualquer erro seu serve de motivo pra ser descontado do salário o até pior, ser despedido. Como adulto você precisa agregar novas qualidades, pretendia impressionar o chefe dizendo qual a velocidade da luz?

-Se eu tivesse a chance—

-Nada, você precisa mostrar serviço. Escuta, seria muito bom se fôssemos todos bons e desligados do dinheiro, mas não é assim, a vida não vai mais arredondar sua nota, se bobear, vai até tirá-la de você, então aprenda a conseguir as coisas sem esperar a ajuda dos outros.

-...

-Agora chega de papo, esse cheiro de carne assada vindo da cozinha me deixou com água na boca. Vamos lá.

Sr. F e o garoto foram almoçar, o garoto entendeu os conselhos do Sr. F. e se empenhou como nunca. Foi dispensado por várias tentativas seguintes de conseguir emprego. Nem todos vão conseguir, por mais que se esforcem.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Poesias de amor... Nunca peça para alguém faze-las por você

(Ao som de Show me The Way Peter Frampton)


Sr.F esta tarde estava no parque, sentado, ouvindo música, quando um amigo seu chega apressadíssimo, lhe pedindo um favor:

Apressadíssimo - Sr.F! Graças a deus te achei! Ufa....

Sr.F – Diga meu amigo, o que te causas tanta aflição?

Apressadíssimo - Eu preciso muito de tua ajuda.

Sr.F – Diga.

Apressadíssimo – Eu conheci uma pessoa pela internet, uma mulher linda demais...A gente conversa há quatro meses

Sr.F (interrompendo) –Você nem sabe se as fotos são dela mesma...

Apressadíssimo – Ah, eu confio nela, a gente conversa há seis meses, ela me dá vários
detalhes dessas fotos, dela, da família e...

Sr.F (interrompendo mais uma vez) – Tá, está bom, poupe-me dos detalhes...O que você veio
me pedir?

Apressadíssimo – Ah, sim...Então...É o seguinte: Ela me disse que gosta de poesias e, poxa, eu não sei fazer poesias...Eu queria deixar uma boa impressão antes de encontra-la, será que você não podia fazer este favor para mim?

Sr.F – Você quer que escreva uma poesia para sua namorada virtual? Você sabe o que eu penso sobre isso. Poesia de amor não se encomenda.

Apressadíssimo – Sr.F. Você tem muito talento pra essas coisas, por favor, não precisa ser coisa muito longa, é só um poeminha para eu impressionar ela. Pela nossa amizade vai.

Sr.f e o apressadíssimo amigo discutem por alguns minutos e acabam entrando em um acordo. Sr.F, mesmo contrariado ira escrever algo, tentando se passar como seu amigo.

Poema de Sr.F:

“ Cara fascinante desconhecida,

Conversar contigo já não mais me satisfaz.

O som de tua voz quero eu escutar

O mistério, que já foi lenitivo a dor de amar

Agora corrói o corpo frágil.”

Novamente o amigo de Sr.F aparece alguns poucos dias depois no mesmo lugar:

Apressadíssimo – Sr.F, muito obrigado pela ajuda, ficou ótimo, ela até me escreveu uma poesia em retribuição, posso te mostrar?

Sr.F – Claro, deixe-me ver...

Poema da futura namorada virtual do apressadíssimo:

Seu anseio logo será resolvido

Paixão, angustia,medo e alegria serão compartilhados contigo.

Não foste de minha intenção lhe causar dor

Isto é sim, culpa do amor”


Sr.F – Nossa, muito bom. Parece que você escolheu bem desta vez, que bom que pude ajudar.

Apressadíssimo – Pois preciso de outro favor...Mais uma poesia. É a ultima prometo, só queria pedir para que você pudesse colocar um pouco mais de pimenta, mais erotismo entende?

Sr.F – Sim...Claro que entendi. Mas será a ultima vez mesmo, não quero mais saber dessa estória, não por você mas não quero me envolver mais.

Apressadíssimo – Tá certo, muito obrigado.

Poema de Sr.F -

Na imensidão de teus perfumados cabelos busco a paz,

Caminho em seus profundos olhos verdes,

Carregam sinceridade e mistério.

No teu beijo já, uma saudade,

A pele macia conforta e vicia,

No meu jardim é primavera todo dia”

O amigo apressadíssimo gostou muito da poesia de Sr.F, sua namorada mais ainda, aliás ela gostou tanto que respondeu. Só que esta resposta o apressadíssimo não quis mostrar para Sr.F, aliás ele achou por bem não mais mencionar este assunto com Sr.F:

Resposta da (ex) namorada virtual de apressadíssimo:

Suas poesias me encantam. Seu modo de escrever me fascina.

Também aguardo ansiosamente por um encontro.

De fato acho que me apaixonei...

Mas não foi por você...

Não entendo porque tentaste me enganar

Mas agora espero que ao menos possa,

Á este seu amigo poeta me apresentar.”

Sobre o texto:

Bom, antes que perguntem... Isto foi uma ficção, eu nunca pedi ou fiz uma poesia de amor para alguém. Desculpem a demora para postar algo novo, apesar de ser curto demorei para fazer este texto, fazia um pouco de cada vez.

Link para o álbum que tem a música citada (Show me the Way de Peter Frampton): Frampton Comes Alive! - cd 1

sábado, 31 de maio de 2008

Sr.F, o atraso, a tempestade e o ataque

(ao som de Riders on the Storm ) - The Doors


Nesta manhã Sr.F saiu de casa já atrasado para ir á escola, ficou até tarde fazendo um trabalho e acordar – ainda mais com o frio que fazia – foi um verdadeiro sacrilégio que lhe custou muitos minutos.

Estava chovendo torrencialmente, de pouco adiantava a proteção no guarda-chuva, o sobretudo de Sr.F logo encharcou. Trovões seguidos e relâmpagos assustavam a população impaciente. Sr.F teve muita dificuldade de atravessar a rua pois uma boca de lobo entupida provocou uma verdadeira enxurrada que começava na sarjeta e ia até o meio da rua, Sr.F teve que prolongar seu caminho por três quadras, dando uma longa volta para chega ao seu destino.

Chegando ao ponto seu ônibus logo chegou e,quando Sr.F se preparava para passar pela catraca, o ônibus deu uma freada ( nada de muito brusco, nem veloz estava o ônibus, foi apenas para parar no semáforo ) e uma mulher se desequilibrou. Era uma mulher negra, estatura mediana, cerca de 40 anos, com uma bolsa pequena em seu ombro esquerdo.

Lentamente ele foi caindo para traz e prontamente dois passageiros tentaram ajuda-la. Sem encostar no chão ou em qualquer lugar a mulher de repente estatelou seus olhos, como se uma adaga tivesse sido enfiada em suas costas atingindo o coração. Os dois passageiros então a soltaram assustados, a mulher já inconsciente caiu no chão frio do ônibus se contorcendo por inteira.

Seus músculos enrijeceram e seus braços e pernas ficaram duros, sua cabeça virou de lado. Com dificuldades para respirar tossia, gemia e babava os passageiros apavorados não sabiam o que fazer, o cobrador saiu de sua cabine para tentar ajudar.

Sr.F e outros passageiros tentavam procurar algo para fazer, foram muitas as sugestões, reclamações e exclamações:

Passageiros:

- “Pega a língua dela, não deixa enrolar”!

- “Coloca alguma coisa na boca dela, pega uma blusa!”

- “Abre a janela, dá espaço!”.

- “isso pega?”

- “Liga para o 192”

- “Era só o que me faltava...”.

- “Corre pro hospital motorista”

- “Não, para o ônibus, ela pode bater a cabeça”.

- “Ergue as pernas dela”

- “Só protege a cabeça dela gente, pelaoamordedeus...”.

Não é colocado nada em sua boca, ninguém tenta pegar sua língua. Sua cabeça fica na lateral, deixando a baba escorrer, sem controle ela elimina urina, sem saber os passageiros agiram certo. Aos poucos a respiração vai ficando normal, suas pernas e seus braços relaxam, ela repousa. O ônibus está perto de um hospital e é para lá que o motorista vai levá-la. Ele ainda para em um ponto causando a revolta dos passageiros que o xingam mandando ele ir correndo para o hospital.

São poucos minutos, mas que parecem uma eternidade, os semáforos estão todos vermelhos, a chuva não cessa. A tempestade está tão forte que o motorista mal consegue ver o que está dez metros a sua frente, o vento é muito intenso e faz um barulho assustador. Com dificuldades, finalmente o ônibus chega perto do hospital e para, ao lado de um outro ponto. Dois passageiros correm para buscar ajuda. Um médico aparece mestiço, com traços orientais, mais novo do que a maioria dos passageiros ele atende a mulher, agacha e tenta conversar com ela que já está se recuperando ainda.

Médico - A senhora está bem?

Mulher - (com aparência tranqüila, falando manso) Sim, estou. Onde eu ?

Médico - A senhora passou mal, a gente que ter que te examinar.

Mulher - Não moço, não precisa não, eu bem.

Médico - Quantos anos a senhora tem?

Mulher - Quatro. (se levanta com a ajuda do médico)

Médico - A senhora tem algum documento?

Mulher - Não, não tenho não senhor.

Passageiro – Ela não está bem, teve uma convulsão, um ataque, sei lá.

Médico - Vamos levar ela pro hospital

Nesse momento aparecem dois homens com capas de chuva entrando no

ônibus com uma maca.

Médico - A senhora tem alguma doença?

Mulher - Eu...eu não.

Médico - Bom senhora a gente vai ter que te examinar, por favor venha com a gente.

Mulher - Não moço, não precisa, eu não vou.

Sr.F - Senhora, eles só vão te examinar, a senhora pode ter tido um derrame, precisa

saber.

Médico - Vem senhora, a gente não vai te machucar.

Mulher - Não, vai motorista pode ir embora, eu bem...

E esta tentativa de convencer a mulher a ir para o hospital se segue até que o médico e o motorista entram no acordo que ele vai precisar levar o ônibus até a porta do pronto-socorro e sem passageiros talvez a mulher aceite que a examinem.

Os passageiros então saem do ônibus, alguns se abrigam no ponto final que estava próximo, lá algumas pessoas tem o descaramento de reclamar da mulher, achando que nada de sério havia acontecido naquele ônibus, como outros – alguns deles que estavam no ônibus – só conseguiam enxergar que aquele episódio estava atrasando-os.

Sr.F não se conformava com aquilo, seguiu com os outros passageiros, mesmo na tempestade, para o ponto onde passaria o ônibus que eles precisavam. Claro que comentavam sobre o acontecido, algumas pessoas realmente se importaram com a situação, outras estavam mais preocupadas com seu próprio mundo onde é desagradável um fato como aquele, provavelmente irão apagar da memória logo. Sr.F não.

Sobre o Texto:

Esse fato realmente aconteceu, claro que mudei alguma ou outra coisa, dei mais dramaticidade principalmente na hora da chuva, que se transpormou em tempestade.
Quanto ao acontecido, o ataque epilético, existem muitos mitos sobre ele. Primeiramente não é contagioso, não precisa se afastar da pessoa quando ela está tento o ataque. E o procedimento mais correto para ajudar a pessoa é cuidar para que ela não bata a cabeça ou se machuque quando se debater e colocar a cabeça de lado, para que a baba escorra. Não se deve tentar segurar a língua da pessoa ou colocar uma toalha entre seus dentes, isso é uma lenda que foi disseminada e é ruim para a pessoa que está tendo o ataque. Ninguém consegue engolir a própria língua, o principal risco de morte em ataques epiléticos é a pessoa bater a cabeça enquanto se debate.
Portanto, se vocês se depararem com esta situação, nada de segurar a língua, tentem manter a calma e fazer o que foi falado acima e que foi o que sem saber a gente fez no caso que aconteceu.

Quanto a música citada, Riders on the Storm é uma das mais conhecidas do Doors, tem um clima todo especial criado nela, vou passar o link para o albúm oficial da trilha sonora do filme Doors.
The Doors – Original Movie Soundtrack - senha = Thrill

quarta-feira, 28 de maio de 2008

A pior dor


Sr.F está entre amigos no trabalho. É fim de expediente, as pessoas começam a se arrumar para ir embora e confraternizar. Um dos funcionários mais apressados, já vestido com seu casaco pergunta:

Funcionário apressado – Alguém sabe da nova recepcionista? Porque ela não veio hoje?

Secretária – Sentiu falta das pernas dela né safado... Ela está doente.

Estagiário – E o que ela tem?

Secretária – Parece que é alguma coisa no rim.

Advogada – No rim? Tadinha... É a pior dor que existe.

Funcionário apressado – é mesmo... Será que ela precisa de uma massagem?

Secretária – Pelo amor de Deus, fecha essa boca, é sério, ela deve estar sofrendo,
coitada.

Segurança do prédio – Olha eu já ouvi dizer que a pior dor que existe é a que a mulher
sente no parto.

Advogada – Mas hoje ela toma um monte de anestesia nem sente nada... Duro é
enxaqueca que nenhum remédio resolve.

Estagiário – Dor de barriga também é horrível, é a que mais atrapalha.

Arquivista – Não sei não, dor de ouvido para mim é a que mais te deixa incomodado.

Funcionário que está se aposentando – Dor nas costas é que é ruim viu. Você não
consegue fazer nada direito, interfere em tudo.

Funcionário apressado – Que isso, ruim mesmo é ressaca que você não se lembra do
que fez no dia anterior...

Advogada – Para você isso é uma benção, te asseguro

( risadas altas são dadas por todos no lugar)

Secretária – Meu tio teve pedra no rim e disse que é a pior coisa que existe, ele cansou
de falar que preferia morrer a continuar com aquela dor.

Arquivista – Eu já tive um problema com um dente meu que tive que arrancar e pensava
a mesma coisa, cheguei a desmaiar de dor.

Faxineira – Vocês homens não agüentam nada, qualquer dorzinha saem por ai pedindo
pela mãe, se tivessem as dores de cabeça que nós temos não sei o que
fariam...

Funcionário apressado – Não é verdade, aqui mesmo a gente que faz o trabalho pesado,
tem que agüentar um monte de dor e você não vê a gente reclamando.

Secretária – É, mais a dor de cabeça e o estresse em falar com clientes fica com a gente.

Advogada – nem me fale em estresse e dor de cabeça...

Arquivista – E nem me fale em tendinite...

Funcionário que está se aposentando – Nem me fale em dor nas costas...
(todos começam a falar ao mesmo tempo de suas dores e de como
elas são ruins até que alguém decide interferir)

Segurança do prédio – Gente espera ai. O Sr.F ainda não disse nada, vamos deixa-lo
Falar. Sr.F, afinal para o senhor qual a pior dor que tem ?

Sr.F – A pior dor que existe é aquele que estamos sentindo no momento.

Faxineira – O senhor tem razão, sempre tem né – dá um tapa carinhoso nas costas
do Sr.F.

Todos mostram consentimento com a frase do Sr.F, até alguém se levantar e dizer:

Funcionário apressado(sorrindo) – Pronto... Sempre o Sr. F tentando acabar com a nossa
conversa, vamos embora pessoal! – e faz um sinal com o braço –

E todos saem do local, rindo, conversando sobre o mesmo assunto, ate que surja outra polêmica.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sr.F e a busca por um poema.

(ao som de Mack the Knife - Louis Armstrong )


Sr.F acordou no meio da noite injuriado há duas semanas ele tenta escrever um poema mas não consegue fazer mais do que duas linhas sem ficar insatisfeito.

Sr.F – Não adianta forçar a inspiração...Farei um poema sobre o que ? A natureza, um animal? Um sentimento, um amor não correspondido?

Sr.F então começa a olhar ao seu redor procurando algo.

Sr.F – O que me trará esta casa ? Uma cortina, uma margarida? Uma fotografia?

(Sr.F senta-se em sua cama e olha para seu lado) – Abajur...


Abajur...
O que dizer?
O que não dizer?
Acende meus lampejos.

Ilumina minha impaciência.

E a rima?
Já que verbos são,
ausentes nesta sílaba.
Belle de jour, Catherine, mon amour,
Allons enfants
Le jour de gloire est arrive

Com tua luz, me conforto.
Através dela, um alento e a segurança.
Na sua sombra surgem o mistério e a ilusão.
Em tua sombra gelada desconfio de mim mesmo.

Abajur, abajur
Objeto discreto e companheiro
Conversei contigo e criei uma poesia
Possessivo e bobo fui eu, que achei que a inspiração era minha..

Sr.F desliga sua inspiração e volta a dormir, agora, tranqüilo e aliviado.



Sobre o Texto:

Eu realmente estava com dificuldades de escrever algo e aconteceu comigo mais ou menos o que aconteceu com o Sr.F. Olhei para o abajur e saiu esse poema. Não é melhor poema já escrito mas serve pra mostrar que a inspiração para escrever algo pode vir das mais variadas formas, até na forma de um objeto inanimado, rs.

Link para o álbum que contém Mack the Knife do Louis Armstrong: The Definitive Collection

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Antropoformizar

(Ao som de Just My Imagination - Rolling Stones )



É sexta-feira, madrugada. Antes de ir dormir Sr.F liga a televisão, tenta achar algo para assistir:

Click

“... E assim o homem, como um tigre solitário vai à caça, à noite, à procura da fêmea...”

Click

“... A leoa, agora viúva, fica inconsolável e inconformada...”

Click

“... Rápido como uma lebre, o ladrão fugiu sem dar pistas...”

Click

“... São livres como pássaros para falarem o que bem entendem...”

Click

“... Forte e resistente, como um urso, hoje ele defende o título mundial dos pesos pesados!...”.

Click

“... Ai!

O que foi?

Esse gato traiçoeiro me arranhou...”

Click

“... Seeeegura peão!

Eu falei que este touro não prestava!

Ele derrubou nosso peão e ainda queria mais!

Eu falei que esse touro era de má índole senhoras e senhores! ..”

Click

“... E agora com vocês ele...Que toda tarde destila seu veneno como uma cobra impiedosa! Ele agora nos revelará todos os segredos das pessoas mais famosas do...”

Click

“... A raposa astuta...”.

Click

“... Teimoso como uma mula...”.

Click

“... A águia imponente...”.

Click

“... Transpirou feito um porco...”.

Click

“... O tubarão Assassino...”.

Click

“A natureza cruel...”.

Click

“Animalizar...

Click

O...

Click

“Homem...

Click

“Humanizar...

Click

“O...

Click

Animal

Click…Click…Click! Click! Click!

Off…

Sobre o texto:

Estranhamente essa palavra apesar de estar em varios livros não se encontra nos dicionários que procurei. An-tro-po-for-mi-zar....
Achei antropoformismo no mini Caldas Aulete e lá diz: Conceito e ação de atribuir a um campo da realidade formas e atributos humanos... Eu prefiro dizer que é uma tentativa de animalizar o homem e humanizar o animal algo que o globo repórter e programas do genero adoram fazer chegando ao cumulo de dizer que uma leoa fica viuva e etc... É o que muita gente tenta fazer com seus bichinhos de estimação lhes colocando roupinhas e até mesmo tentando lhe ensinar costumes nossos como andar de duas patas e apertar a campainha... Mas é que eles são tão fofinhos né? Bah...

Coloquei a música Just my imagination do Stones, que não tem nada a ver mas foi a música que eu estava ouvindo quando escrevi o texto, então segue o link para o álbum que contém essa música, original dos temptations: Some Girls

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sr. F e a Solidão


(ao som de Solidão - Alceu Valença ou She's a mystery to me - Roy Orbison


Misteriosa garota

A solidão é fera a solidão devora

É amiga das horas, prima irmã do tempo...

Solidão

(alceu valença)

Sr. F está em uma festa, uma confraternização com seus colegas – a maioria gente do trabalho, a maioria Sr. F conhece apenas de vista. Seu melhor amigo ali é uma garrafa de whisky e este não o impede de adormecer num canto que parece ser o mais opaco do lugar.

Uma música gira na cabeça de Sr.F, tem uma rouca voz, gaita e violão, mas as palavras ele não consegue discernir. Eis que com as pálpebras lentamente abrindo Sr.F vê, no meio da multidão uma mulher toda de branco se aproximando. Anda mas parece flutuar longos cabelos negros, aspecto jovial, a pueril feição de quem tem algo importante a dizer.

Misteriosa garota ( assim Sr.F a chama) - Posso me sentar ?

Sr.F – mas claro, sinta-se a vontade.

Permita que eu lhe peça um drink?

M.G – Muito obrigada mas vou recusar. (olha para o lado e torna o olhar para F)

Você não percebeu, mas eu estava aqui o tempo todo e na verdade já

brindamos bastante esta noite. Nós e sua estimável garrafa de whisky.

Sr.F – Perdoa-me senhorita, mas por mais aturdido que eu pudesse estar, me lembraria

de tal presença

M.G – Você se engana. A maioria das pessoas, inclusive não quer me ver, procuram as

mais diversas formas de me, ou de se enganar para que isto não aconteça.

Sr.F – E o que a torna tão indesejável ?

M.G – O vazio, a sensação de não saber para onde ir, se fica, se corre, se fica, se vai...

Talvez, eu seja má....

Sr.F – E o que te tornas má ? O que faz as pessoas pensarem assim de ti?

M.G Sou amiga do tempo, colega do desespero, irmã do pesadelo e amante da

loucura. As pessoas querem distância de mim.

Sr.F - Vieste aqui para me buscar ?

É isso?

M.G - (gargalha estridentemente – Sr.F. olha para os lados como se envergonhado com

o fato, mas as pessoas não alteram o que estão fazendo. O que é motivo de

estranhamento para Sr.F. )

- Por que todos pensam assim? Não, não sou quem estas pensando.

Não venho te buscar, mas te acompanhar.

Sr.F – Isto muito me tranqüiliza mas ainda me assustas.

M.G – Pois não se assustes, não percebestes mas estou mais ao seu lado do que

qualquer outra pessoa que tu conheças.

Sr.F – Me confunde, o que significas ? Porque estas aqui?

M.G – (coloca lentamente a mão sobre a mão de F.) Você me enxergar é reconhecer. Tu

sabes lidar comigo, por isso estou aqui. Outras pessoas costumam me abominar,

fingem que não me vêem, não percebem que podem conviver comigo.

Sr.F – És...

M.G – Não! (grita, interrompendo bruscamente a F.) Não digas meu nome, senão me sentirei obrigada a partir.

Sr.F – Se és quem penso, eu não deveria estar só com minha garrafa de whisky ?

M.G – Como pode fazer tal observação ? Estou aqui ao seu lado e existem dezenas de

pessoas ao redor.

Sr.F – E não te notam.

M.G – Correto.

Não precisas estar sozinho para que eu apareça. Pode sentir minha presença, ou

me ver até mesmo em um estádio de futebol lotado.

Sr.F – E o quanto ruim pra mim é sua presença ?

M.G – Se te incomodo, já digo que é ruim.

Mas tu és quem tem de saber o seu limite do suportável.

Se já me reconheces, tem um problema a menos, aliás, não diria que sou um

problema, as vezes sou solução,

Às vezes começo, às vezes fim...

Não se desesperes se não tens ninguém a quem recorrer,

Sempre terás a mim.

Eu, fera, de braços abertos,

Fiel companheira,

Use-me como quiseres,

Minha ausência dá alivio,

A minha presença perturba o coração,

Sou eu,

A sólidão...

Sai de cena a misteriosa garota, Sr.F se retira do local e vai para casa.

Nunca mais tornou a vê-la.

Sobre o Texto

Bom, as musicas citadas acham que falam por si sobre o tema, eu nem tenho o que dizer.

Link para o álbuns em que estão essas músicas:

O melhor de Alceu Valença - Pelas ruas que andei - coletanea.

Mystery Gyrl - senha = bobophon - Álbum de 1989

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Poema do amigo que se perdeu

(ao som de Friends - Led Zeppelin )



Para mim tu morreste.

Se já não posso ouvir sua voz,

Se já não escuto mais os seus conselhos.

Para mim tu morreste.

E dói, mais do que a morte em si, dói.

Para mim tu morreste.

Seu telefone já não é o mesmo,

Se por seus cabelos já não mais te reconheço.

Para mim tu morreste.

È mais do que morrer, é torturar antes de matar.

Maldito seja este sangue frio que em sua veia corre.

Para mim tu morreste.

Não sei mais que presente dar.

Não me lembro o dia de confraternizar.

Para mim tu morreste.

Não pude ainda colocar aquela flor amarela,

Homenagem minha singela.

Vai ter de esperar e talvez nunca aconteça, pois não sei se serei noticiado.

Para mim tu morreste

Não há mais conversas ao pé do ouvido, Nem cochichos,

Não há mais soslaios que dizem mais que palavras,

Para mim tu morreste.

E se tivesse ido antes a mim teria sido mais fácil,

Pois assim saberia eu onde tu estas,

Pois assim deixaria contigo minhas incertezas, angustias alegrias,

Frustrações e sonhos.

Para mim tu morreste.

Que prazer ter te conhecido,

Sofrimento que valeu a pena,

Faria tudo de novo,

Fez minha vida valer mais a pena,

Poderia ter sido melhor, poderia ter sido pior,

Fui eu que te escolhi,

Se hoje lamento, você deveria então estar contente.

Para mim tu morreste.